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Pinhal do Rei
O Pinhal do Rei, com 11023ha, situa-se no concelho da Marinha Grande, a sul do Rio Lis, sobre as dunas do litoral. Exemplo de sustentabilidade florestal, pelo equilíbrio estabelecido entre a conservação dos recursos naturais e a produção de madeira de excelente qualidade, é considerado como floresta modelo (de acordo com o Decreto Regulamentar n.º 11/2006, de 21 de julho que aprova o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral).
Provenientes da própria gestão silvícola em sistema de rotatividade, os matos do pinhal são fundamentais para o equilíbrio ecológico e fitossanitário da floresta, já que encerram uma variedade de espécies animais e vegetais que protegem o solo da erosão e o enriquecem com matéria orgânica.
É no entanto durante a primavera, que as flores coloridas que aqui vivem, enchem o ar de aromas intensos e conferem à paisagem uma beleza particular.
Os matos e matagais do Pinhal do Rei são de composição mista, ocorrendo uma diversidade de espécies espontâneas de grande importância ecológica, como o medronheiro (Arbutus unedo), o carrasco (Quercus coccifera), a gilbardeira (Ruscus aculeatus), o samouqueiro (Myrica faya), o loureiro (Laurus nobilis) e o folhado (Viburnum tinus).
As formações arbustivas que constituem o sub-bosque do pinhal são formadas por tojais e urzais, em que se destaca a urze-branca (Erica arborea), a morganiça ou urze-roxa (Calluna vulgaris), o tojo (Ulex europaeus), a sargacinha (Halimium calycinum), a giesta (Spartium junceum), o aderno-de-folhas-estreitas (Phillyrea angustifolia), a murta (Myrtus communis) e o aderno-bastardo (Ramnus alaternus). Os fetos ordinários (Pteridium aquilinum) são muito abundantes e ocupam extensas áreas onde a intensidade de luz é escassa.
Destacam-se também o hipericão (Hypericum perforatum) e a abrótega (Asphodelus lusitanicus) nas orlas dos pinhais.
Ao nível dos matos baixos e abertos, presentes nas areias do pinhal de proteção, desenvolvem-se espécies de areias dunares, onde ocorrem a camarinheira (Corema album), as urzes (Erica cinerea e Erica umbellata), a perpétua-das-areias (Helichrysum picardi), o sargaço (Cistus salviifolius), as assembleias-das-areias (Iberis procumbens) e as pútegas (Cytinus hypocistis). Ainda associadas às espécies arbustivas do pinhal, desenvolvem-se as bocas-de-lobo (Anthirrinus majus), a dedaleira (Digitalis purpurea), a orquídea-silvestre (Limodorum abortivum), o trovisco (Daphne gnidium) e o rosmaninho (Lavandula pedunculata).
LENDA DO PINHEIRO
“Um dia os marinheiros portugueses que vinham do Golfo da Gasconha trouxeram como combustível lenha e pinhas dessa região.
Habituados que estavam a comer os pinhões, abriram as pinhas e só encontraram umas sementes pequeninas que não davam para se alimentarem.
Guardaram-nas então para mostrar à rainha e contar-lhe como eram muito mais altos estes pinheiros, que também se davam em zonas de areia.
A rainha foi até ao pinhal e lançou para as areias um arregaçado de penisco. Passados meses verificou que a sementeira já mostrava umas lindas arvorezinhas e foi mostrar ao rei D. Dinis os pinheiros que tinha semeado pelas suas próprias mãos.
D. Dinis ficou entusiasmado com o desenvolvimento dos pinheiros e desejoso de ter em abundância material lenhoso para a construção naval, ordenou aos marinheiros que na próxima viagem lhe trouxessem mais daquela semente.
Estas novas sementes foram depois lançadas à terra em mais clareiras do pinhal e tratadas pelo povo que sempre acarinhou a mata.
Depois espalhou-se por esta zona e levada pelo vento cresceu de norte a sul do nosso país.”
(in Cheiros e Sabores das Nossas Terras – Projeto 4 cidades)