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Aromas e sabores
CHEIROS E SABORES DA NOSSA TERRA
Rosmaninho - Planta com um cheiro intenso. Quando seca utiliza-se para perfumar roupeiros e gavetas. A essência desta planta é usada para aromatizar a cerveja preta, para perfumar o álcool e em xarope. A infusão das flores é útil como estimulante anti-pasmódico e tónico, para combater o catarro crónico e a asma.
Eucalipto - Há zonas do pinhal onde o odor do eucalipto é preponderante, transmitindo uma sensação de frescura e de ar puro.
O líquido obtido com o cozimento das folhas serve para desinfetar feridas. Algumas gotas de essência, extraídas das folhas e dissolvidas em água quente, combatem a angina de peito, o catarro dos brônquios, a asma e a tosse. Gargarejos de infusão de folhas e inalações curam as inflamações da garganta.
Pinheiro - Uma das árvores considerada como autóctone desta região é o pinheiro manso. No entanto, a grande mancha do Pinhal do Rei é constituída pelo pinheiro bravo, árvore oriunda da região de Landes, em França.
Medronheiro - Dando um dos mais bonitos frutos, é uma árvore já quase rara na mata nos dias de hoje. Do fruto faz-se doce de geleia e aguardente.
Da madeira faziam-se peças de ferramenta e as formas para as fábricas de vidro.
Silva - Dos seus frutos (amoras) podem fazer-se geleias ou compotas. Com os seus rebentos pode fazer-se chá para combater as enterites. Para tratar inflamações da boca e garganta devem fazer-se gargarejos.
Carqueja - a rama da carqueja é aproveitada para defumar os enchidos. As folhas servem para temperar o coelho manso, para que o paladar fique idêntico ao do coelho bravo.
Da flor faz-se chá para combater a tosse, rouquidão e as constipações.
Camarinheira ou Camarneira - Esta planta produz um fruto comestível, a camarinha, apreciado por muitos, sobretudo pelos mais pequenos, talvez devido ao seu aspeto e à alegria de o apanhar em tempo de lazer quando se passeia junto ao mar. Pode ser ainda empregue para fabrico de vinagre, aguardente e geleia.
Esta encantadora planta encerra em si a magia e o mistério das lendas.
LENDA DAS CAMARINHAS
D. Dinis, “O Lavrador” porque mandou plantar o Pinhal de Leiria no areal de Moher (São Pedro de Moel), rei poeta e culto que criou os estudos universitários, foi um homem que amou todas as belezas terrenas, desde a natureza, à beleza feminina, daí o ter vários filhos fora do seu casamento.
A rainha conhecia os pecados do marido e naturalmente sentia ciúmes. As suas aias conhecedoras das vivências do rei acabaram por lhe contar que o rei tinha mais um caso amoroso. A rainha partiu então a cavalo com as suas aias, para tentar encontrar o marido.
Ao chegar junto a um rochedo que fica entre o Pinhal e o Mar viu o rei a namorar uma outra senhora. Ficou destroçada e chorou tanto que todos os pequenos arbustos em seu redor se cobriram com as gotinhas das suas santas lágrimas.
Desde esse dia os pequenos arbustos que são camarinheiras revestem-se de camarinhas em homenagem às lágrimas da rainha.
(in Cheiros e Sabores das Nossas Terras – Projeto 4 cidades)