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CONFRARIA DA SOPA DO VIDREIRO REÚNE-SE EM CAPÍTULO
A Confraria da Sopa do Vidreiro realizou o seu XIV Capítulo 2023, este domingo, 18 de junho, na Praia da Vieira, reunindo no concelho cerca de 180 pessoas, provenientes de 49 confrarias de todo o País, num encontro que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira.
O presidente Aurélio Ferreira destacou a importância da Confraria na defesa, valorização e divulgação da Sopa do Vidreiro - o prato mais tradicional da Marinha Grande -, acreditando que estas iniciativas potenciam o dinamismo da associação e dignificam a atividade da Confraria da Sopa do Vidreiro, que muito tem orgulhado o Município.
Sob o tema “Arte Xávega”, membros da Confraria da Sopa do Vidreiro e das Confrarias convidadas, reuniram-se na instância de férias da PSP da Praia da Vieira, para o tradicional “mata-bicho” e para a cerimónia protocolar do Capítulo 2023, à qual se seguiu o almoço nas instalações da SIR 1.º de Dezembro do Pero Neto.
A cerimónia anual do Capítulo teve como finalidade receber e entronizar seis novos confrades e reconhecer cinco sócios honorários com mais de 80 anos de idade. Incluiu, também, a homenagem a Ilídio Letra Faustino, pescador da Praia da Vieira, desde os 8 anos, pelo seu contribuído para o engrandecimento das tradições locais; a atuação do Rancho Folclórico Peixeiras da Vieira; a oração de sapiência sobre a arte xávega proferida por Joaquim Vidal; e a interpretação da canção “Mãos Vidreiras”, por Deolinda Bernardo e José Pires.
O encontro da Confraria da Sopa do Vidreiro contou, também, com a presença do presidente da Junta de Vieira de Leiria, Álvaro Cardoso; da presidente da Junta da Marinha Grande, Cristina Sousa; do Gran Notário, Luís Guerra Marques; do Grão Mestre da Confraria da Sopa do Vidreiro, Pedro Franco; do vice-presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, António Cipriano Cabrita; entre muitos outros convidados e confrades.
A Sopa do Vidreiro é a mais antiga tradição ao nível da gastronomia na Marinha Grande. Segundo relatos que permanecem ao longo dos tempos eram as esposas ou as filhas dos vidreiros que iam às fábricas levar-lhes o cesto com a tradicional refeição: a sopa, a peça de fruta e o frasco de vinho. A sopa era de preferência bem “enxuta” para que não entornasse durante o caminho e a peça de fruta, a melhor e maior que existisse em casa - talvez para impressionar. Nos turnos da noite, além do frasco de vinho era também habitual levar aguardente, por vezes adoçada com açúcar. Não fosse o vidreiro um homem que trabalhava arduamente à boca de um forno, suportando altas temperaturas, a carregar elevados pesos, e não precisaria de uma sopa farta, rica em calorias e nutrientes.
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