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Marinha Grande comemora 18 de Janeiro de 1934
A Câmara Municipal da Marinha Grande e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), assinalam o 18 de Janeiro de 1934, com um programa comemorativo que irá recordar a revolta operária ocorrida naquela data histórica, há 85 anos.
Esta comemoração pretende homenagear não só, todos aqueles que iniciaram um movimento de revolta nacional pela melhoria das condições de vida da classe trabalhadora, mas também, e acima de tudo, homenagear o espírito de resistência, luta e defesa da liberdade e da democracia, característico do povo da Marinha Grande.
Programa das Comemorações do 18 de janeiro de 1934
00h00 | Parque Municipal de Exposições
Salva de morteiros e fogo de artifício
10h00 | Romagem aos cemitérios
Casal Galego e Marinha Grande, com deposição de flores nas campas dos prisioneiros por participação no movimento operário do 18 de Janeiro de 1934.
11h15 | Desfile "Ontem e Hoje a Luta pelos Direitos"
12h00 | Praça do Vidreiro
Atuação do grupo de percussão Tocándar
Cerimónia pública
15h00 | Biblioteca Municipal (sala áudio-vídeo)
Visionamento do filme com a reconstituição teatral do 18 de Janeiro de 1934, feita na Marinha Grande, em 1998, sob a direção e encenação de Norberto Barroca e que contou com numerosos atores e figurantes anónimos.
20h30 | Foyer Museu do Vidro
Inauguração da exposição "Quando Amanhecerá Camaradas"
21h30 | Casa da Cultura - Teatro Stephens
Concerto com “Os Azeitonas”
19'JAN
21h30 | Sport Operário Marinhense
Peça de teatro SOM - A Soprar se vai ao Longe
Direção e encenação de Norberto Barroca
Org.: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira
Apoio: CMMG
Breve retrospetiva do 18 de Janeiro de 1934
Estava-se no início de 1934. Com o mudar do ano, entra em vigor o Estatuto Nacional do Trabalho, fascista, e os sindicatos livres eram oficialmente proibidos, dando origem a outros, subjugados ao poder corporativo. Por todo o País, os trabalhadores combatem a fascização dos sindicatos e convocam para 18 de janeiro uma greve geral revolucionária, com o objetivo de derrubar o governo de Salazar. A insurreição falha, mas na Marinha Grande os operários vidreiros tomam o poder. Apenas por algumas horas, é certo, pois a repressão esmagaria a revolta. No resto do País, esperavam-se ações iguais, mas em nenhum outro lado se repetiu o gesto dos operários marinhenses. Apesar de fracassada, a revolta dos trabalhadores vidreiros fica na história como um momento alto da resistência ao fascismo. E deixou sementes, que germinaram numa manhã de abril, precisamente quatro décadas depois.
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