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Abertura da Base Aérea de Monte Real à Aviação Civil

20 Junho 2018

Discurso da presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Cidáli Ferreira, proferido no “Fórum Aviação Civil em Monte Real – uma aposta para o desenvolvimento futuro da região”, realizado no Teatro José Lúcio da Silva, no dia 18 de junho de 2018.

 

"ABERTURA DA BASE AÉREA DE MONTE REAL À AVIAÇÃO CIVIL

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Leiria
Senhor Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz
Senhor Presidente do Turismo Centro de Portugal
Senhor Dr.º Pedro Santana Lopes
Senhoras e Senhores

Em meu nome e em nome da Câmara Municipal da Marinha Grande estou aqui hoje para afirmar publicamente que a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil é um desígnio que abraçamos entusiasticamente desde a primeira hora e do qual não abdicaremos!

Foi por isso que, quando convidados pela Câmara de Leiria, na pessoa do Sr.º Presidente Raul Castro, para juntos promovermos um Estudo de viabilidade para este projeto, não pudemos deixar de dizer SIM! e contribuirmos assim de um forma decisiva para que, de uma vez por todas, e ao fim de 20 anos, este projeto deixe de ser apenas uma cartilha de boas intenções para se tornar real, num projeto de serviço público aos Cidadãos e de serviço público ao desenvolvimento da Região e do País.

A abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil responde efetivamente a um anseio profundo e sustentado da Sociedade Civil que, desde 1997, se traduziu em diversas iniciativas empreendidas por variados sectores, em parceria de resto com entidades públicas, como sejam os casos da ANA – Aeroportos e Navegação Aérea, da NAV Portugal, do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), das Universidades de Aveiro e de Coimbra, do Instituto Politécnico de Leiria e das próprias Forças Armadas.

Não menos importantes têm sido as manifestações de apoio por parte dos Cidadãos que se têm mobilizado, sublinhando-se a Petição Pública presentemente a circular e que reclama precisamente a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil. À data de hoje a petição conta com cerca de 4 milhares de assinaturas online e tem o apoio institucional, entre outras, das Câmaras Municipais de Caldas da Rainha, Leiria, Marinha Grande, Figueira da Foz, Nazaré, Castanheira de Pêra, Alvaiázere, Alcanena e Sátão!

Esta causa é supra-partidária e supra-concelhia. Esta causa é o desígnio que une autarcas com diferentes prioridades, deputados à Assembleia da República com diferentes orientações políticas e populações com diferentes aspirações. TODOS, repito, TODOS, estamos unidos para lutar por este projeto.

No centro de Portugal - existe uma forte dinâmica social, cultural, religiosa, académica e empresarial que é transversal a vários setores de atividade que vão desde a agricultura, à indústria, dos serviços, ao turismo, passando pela gastronomia. Esta dinâmica consolidada e ascendente só poderá ser acompanhada por investimento público na região, sendo fundamental o investimento nas infraestruturas de mobilidade como a aeroporto civil em Monte Real, mas sem esquecer a Linha do Oeste.

Região Centro!
Uma Região onde há tudo, mas onde falta uma infraestrutura de aviação civil que nos aproxime das principais cidades e capitais europeias na perspetiva dos diferentes segmentos de mercado que já aproveitamos mas que assim poderíamos rentabilizar.
Para os que contestam a abertura de um novo aeroporto civil na Região Centro, sublinhamos que:

- A solução Lisboa + 1 (seja no Montijo seja noutra localização qualquer) não responde àquelas que são as exigências e as necessidades da Região Centro, estando apenas dimensionada para responder às necessidades de Lisboa e da sua Área Metropolitana.

- Os aeroportos de Lisboa e do Porto estão a apenas 140km, dizem alguns. Mas essa distância é apenas quantitativa e não qualitativa. Se consideramos que o aeroporto de Lisboa é considerado atualmente o MENOS PONTUAL de toda a Europa, essa distância quase duplicará. Porque o tempo que é necessário para um passageiro entrar e/ou sair pelo aeroporto de Lisboa, atendendo aos enormes fluxos de passageiros que se verificam, e que se espera que continuem em curva ascendente nos próximos anos, é muito superior ao que se seria desejável.

Se pensarmos em segmentos específicos como o Turismo Religioso, que se faz essencialmente com Grupos organizados e através de Operadores especializados, ou o Turismo de Negócios, o fator tempo é determinante!

Estes passageiros querem/exigem fluidez.

Estes passageiros não querem ter de estar 2 ou 3 horas antes no aeroporto, a que se soma mais uma hora a hora e meia de viagem para chegar a Lisboa, se não for em hora de ponta.

Para os que contestam a localização em Monte Real face à aparente proximidade quer com Lisboa quer com o Porto, sublinhamos ainda que:

- A utilização da Base Aérea de Monte Real é a que melhor defende a racionalidade económica do investimento, porque a partilha de infraestruturas existentes (pista, torre controle, hangar) permite reduzir o investimento a fazer, conforme evidencia o estudo hoje aqui será apresentado;

- A utilização da Base Aérea de Monte Real tem as melhores condições de ligação às principais rodovias a partir da A17 possibilitando a deslocação para Norte (A29 e A1), para Sul (A8 e A1) e para o Interior (A14 e A25), além de poder vir a ser ainda mais potenciada se for rentabilizada a Linha do Oeste com ligação à Linha do Norte;

- A utilização da Base Aérea de Monte Real permite maior fluidez a segmentos turísticos específicos que querem chegar a Portugal por razões muito específicas e que se encontram aqui, precisamente, nesta Região: os Negócios e a Fé.

- A utilização da Base Aérea de Monte Real poderá ao mesmo tempo aproveitar e influenciar diretamente a posição estratégica do Instituto Politécnico de Leiria que se assume cada vez mais como um pólo de ensino superior internacional, acolhendo alunos de toda a europa e fora dela, quer para o primeiro e segundo ciclos de estudos superiores, como para projetos de Investigação de referência.

Por isso, SIM, defendemos a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil!

Não o fazemos para promover regionalismos ou outras formas de concorrência entre territórios.

Fazemo-lo pela sua importância estratégica para o desenvolvimento integral, para a coesão social, para a diminuição de assimetrias, para o equilíbrio territorial, não apenas de uma Região, mas do próprio país.

Chegados a este momento, não podemos uma vez mais defraudar as expetativas das populações, dos empresários, das Instituições públicas e privadas, e permitir que se percam mais 20 anos, adiando o que já todos percebemos que é inadiável!

A aviação civil em Monte Real, por ser esta a infraestrutura que melhor responde às necessidades a um custo menor de investimento, é hoje uma certeza a que nenhum Governo poderá escusar-se de concretizar!

Depois de tanta investigação que comprova o que dizemos, depois de tantas manifestações de empresários, autarcas, deputados e movimentos cívicos, depois de tantos anos de discussão, minhas senhoras e meus senhores, está na hora, está na hora, está na hora!!"

Cidália Ferreira
Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande