“À Espera de Ulisses” no NAC
Nesta exposição a artista apresenta as suas obras mais recentes, resultado de uma busca incessante por uma nova linguagem e do desafio permanente de fazer coisas que não possam ser feitas.
O percurso de Manuela Castro Martins exibido nesta mostra assenta na revisitação da Odisseia, o poema épico atribuído a Homero. A simbologia entre a obra da artista e a sua preciosa renda em vidro, está perfeitamente retratada no feito de Penélope e Ulisses. Esperou Penélope 20 anos, construindo um sudário, como se de uma teia se tratasse, que se edifica na transparência e beleza que o vidro tem.
A autora é considerada pela crítica como “a revisitação do próprio Ulisses, pela sua maneira de estar muito própria e tranquila, mas ao mesmo tempo temperada da imensa coragem que é a marca de água dos heróis”.
Detentora de um vasto currículo, Manuela Castro Martins foi vencedora do Prémio de Design da “Emerge 2014”, Bienal de Vidro da Bullseye para artistas emergentes, realizada em Portland, nos Estados Unidos da América.
Maria Manuela Matos de Castro Martins nasceu em 1964, em Alcobaça. Deste lugar guarda apenas momentos de um imaginário infantil, uma vez que poucos anos depois foi viver para Carrazeda de Ansiães, uma vila do Douro de onde os pais eram naturais. A ligação a Alcobaça e Nazaré era muito afetiva, reforçada pelas visitas que todos os anos fazia com os pais e onde reencontravam amigos e ambientes marcantes.
A viver em Caminha há já algum tempo, Manuela Castro Martins encontrou qualidade de vida, a tranquilidade que buscava para se dedicar à leitura, uma das suas fontes de inspiração que, juntamente com a diversidade de cores transmitida pelo espetáculo da alta-costura forma a combinação necessária para poder transmitir uma linguagem nova.
Cada peça resulta de um momento de paixão e é encarada como única. Manuela Castro Martins não pretende atingir a perfeição, o que lhe interessa é a criação, a descoberta de uma nova linguagem, o desafio de “fazer coisas que não possam ser feitas”.
A exposição “À espera de Ulisses” pode ser visitada no NAC de 16 de abril a 25 de setembro, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A entrada é gratuita.
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