No dia 20 de janeiro de 2024, no Auditório da Resinagem, teve lugar a apresentação do livro “Marinha Grande em Carne Viva - Um dia para a eternidade”, da autoria de Fernando Luz, da editora Hora de Ler, que encerra a trilogia com foco nos acontecimentos relacionados com o 18 de janeiro de 1934.

A sessão contou com a presença da vice-presidente da Câmara, Ana Alves Monteiro; do diretor distrital de Segurança Social de Leiria, João Paulo Pedrosa; da presidente do Conselho Executivo da Fundação Ti Maria de Jesus, Alpendra Luz; do escritor e presidente do Conselho de Administração da Fundação, Fernando Luz; da secretária da Junta de Freguesia da Marinha Grande, Ana Paula André; e do editor, Carlos Fernandes.

O livro faz referência ao facto do 18 de janeiro de 1934 ser um dia que ficará “para a eternidade dos tempos na História da Marinha Grande. Um dia em que os vidreiros marinhenses se ergueram contra a ditadura de Salazar e a da sua polícia política”.

A obra, da autoria de Fernando Luz, é a história, romanceada, de um desses esquecidos vidreiros, o jovem Tiago, e da sua Maria do Céu, filha de gente rica, unidos num amor que, apesar das dificuldades que lhes foram criadas face à diferença de estatutos de ambos, enfrenta ainda mais um obstáculo, quem sabe aquele que, superados todos os outros, os poderá separar para sempre.

A receita obtida com a venda deste livro, o 3.º da série “Marinha Grande em carne viva”, irá reverter totalmente para a Fundação Ti Maria de Jesus, a única reconhecida no distrito de Leiria com fins de solidariedade social no âmbito da saúde e que se encontra atualmente a desenvolver vários projetos de utilidade pública nesse sentido.

Na ocasião, a vice-presidente da Câmara enalteceu o propósito muito importante da Fundação de promover e proteger a saúde da comunidade, particularmente das crianças e dos adolescentes, que tem por base os valores que Maria de Jesus trouxe para os familiares. Ana Alves Monteiro deixou o compromisso do Município de colaboração com o projeto da instituição.

O diretor da Segurança social elogiou os objetivos da Fundação, de trabalhar para a literacia na saúde, lembrando que esta é a 11.ª IPSS do concelho, num universo de mais de 200 no distrito. João Paulo Pedrosa destacou a importância destas instituições, dado que “vivemos numa sociedade com mais de 3 milhões de idosos, 1 milhão dos quais tem mais de 90 anos”.

Alexandra Luz apresentou os objetivos da Fundação que se dedicada à literacia em saúde da população, com vista a capacitar as famílias na compreensão e uso da informação de forma a promover e manter a boa saúde.

A Fundação Ti Maria de Jesus nasceu da homenagem de Fernando Luz e Maria Dulce Luz à memória de Maria de Jesus, nascida em 1916, em Vale Salgueiro, na freguesia de Maceira. Maria de Jesus teve um percurso de vida singularmente duro, como ela própria diz nas suas memórias “carregado de tristezas”, em que uma das muitas que aponta é “viver uma vida inteira com pena de não saber ler nem escrever”. E, nas suas próprias palavras, “valeu a pena viver com a felicidade que dei aos outros”.