ATIVIDADE DE CELEBRAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DAS FLORESTAS RELEMBRA VALORES NATURAIS E CULTURAIS DO PINHAL DO REI
O Pinhal da Praia das Pedras Negras, no concelho da Marinha Grande, situado na Mata Nacional, recebeu no dia 19 de março, a visita de mais de 50 pessoas de todas as idades e proveniências com curiosidade em descobrir a natureza que habita o ecossistema costeiro e as suas interações, no “Passeio interpretativo Pinhal da Praia das Pedras Negras e natureza envolvente”.
A iniciativa do Centro PINUS teve o apoio do Município da Marinha Grande, do ICNF, da Ordem dos Biólogos - Direção Regional Norte e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
Pretendeu celebrar o Dia Internacional das Florestas, assinalado a 21 de março e que, este ano, relembra a relação das florestas com a saúde e o bem-estar. Nesta aula à beira-mar, dinamizada pelas biólogas Anabela Marisa Azul (CNC - Universidade de Coimbra) e Sofia Quaresma (Ordem dos Biólogos - Delegação Regional Norte), participada pelo vereador do ambiente João Brito e pela bióloga do Município, Sónia Guerra, recordou-se a atividade das comunidades locais no pinhal-bravo e a valorização dos seus recursos.
O passeio interpretativo “Pinhal da Praia das Pedras Negras e natureza envolvente” decorreu durante três horas e terminou na Praia do Samouco. No parque de merendas encontram-se, ainda, alguns exemplares do samouco, uma espécie característica da floresta laurissilva que integra habitats sensíveis prioritários para a conservação da natureza.
Já perto do mar, observaram-se espécies pioneiras da vegetação natural, como o estorno ou o feno-das-areias. As raízes desta e de outras plantas que vivem nas areias contribuem para a estabilização do sistema dunar. Ao mesmo tempo, fornecem abrigo à fauna, geram sombra e formam matéria orgânica para que outras espécies vizinhas se instalem, sendo que algumas só existem mesmo no litoral português.
Comparada a uma grande obra de “engenharia natural”, a floresta de pinho visitada resultou de uma ação de reflorestação realizada há 200 anos com o apoio de carros de bois carregados de matéria orgânica e muita mão-de-obra humana. Ao longo da costa, foram dispersas sementes de pinheiro-bravo e de matos por extensas áreas de areal.
Dessa ligação nasceu o aproveitamento de todos os recursos oferecidos pelo pinheiro-bravo, como a caruma e as pinhas colhidas para cozer o pão, a resina ou a madeira de qualidade procurada para as embarcações. Complementarmente, o pinhal era frequentado para a caça de subsistência, abrigando a perdiz, o coelho ou a lebre.
À sombra desta espécie florestal autóctone, que aqui também adquire contornos retorcidos e se desenvolve de forma rasteira pela ação do vento, conheceram-se outras espécies adaptadas ao litoral e de relevante conservação. O medronheiro é um exemplo, mas também a camarinha, um arbusto presente no pinhal e que produz bagas brancas comestíveis ricas em vitamina C. No passado, os seus frutos eram vendidos em várias praias da região, como complemento ao rendimento das famílias.
Fonte: Centro Pinus
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