Nascido em 1957 na localidade de Pedro Bernardo, próxima de Ávila (Espanha), Javier Gómez começou a trabalhar com vidro quando, juntamente com o seu irmão mais velho, assumiu a gestão da empresa familiar de vidro industrial, devido ao falecimento do seu pai.

Apesar de não se sentir realizado com o trabalho, Javier sentia que o vidro poderia ser utilizado de forma mais audaz, nascendo assim o seu fascínio pelo vidro. O início da sua carreira artística ocorreu quando, em 1986, viu obras de arte feitas com vidro laminado. Decidiu então dedicar-se à escultura em vidro como forma de exteriorizar o seu mundo interior.

No ano seguinte, realizou a sua primeira exposição, no Centro Cívico de Alcorcón. Nesse ano foi selecionado para o Prémio Valladolid de Escultura, promovido pelo Museu Nacional de Escultura de Valladolid, dedicando a partir de então mais tempo ao seu trabalho artístico.

O elevado número de convites para expor, obrigou Javier a produzir obras a um ritmo muito acelerado, tendo realizado cerca de 50 obras entre 1986 e 1989. Este foi o motivo pelo qual, em 1995, decidiu deixar definitivamente o negócio de família, para passar a dedicar-se em exclusivo à escultura em vidro laminado.

Javier Gómez foi um dos fundadores do MAVA – Museu Contemporâneo de Arte em Vidro de Alcorcón, em Madrid, sendo também seu assessor artístico vitalício.

Nos primeiros anos começou por realizar as suas esculturas em vidro laminado incolor, jogando entre o figurativo e o abstrato, para finalmente optar pela abstração, em que as lâminas de vidro são colocadas compondo formas abertas, dando a sensação de volume, crescendo no espaço. Uma vez cortadas e coladas entre si, as chapas de vidro industrial adquirem uma tonalidade esverdeada.

Sem qualquer formação artística mas valendo-se dos seus conhecimentos técnicos do vidro, Javier foi experimentando e realizando ensaios, como que numa descoberta constante da sua identidade artística e do caminho que pretendia percorrer. As obras deste período caracterizam-se pelo seu volume, movimento e monumentalidade.

Com o passar dos anos, Javier foi aperfeiçoando a sua técnica de trabalho e criou obras com volumes essencialmente fechados, continuando a utilizar vidro laminado incolor.

A partir de 1999, Javier Gómez entrou numa nova fase de criação artística. Através da mistura de pigmentos numa pasta especial, criando uma paleta de cores única, Javier desenvolveu uma técnica que lhe permite dar cor às suas esculturas, tornando-as mais expressivas.

Para dar textura às suas esculturas, Javier trabalha sobretudo o seu exterior através de técnicas como a gravação a jato de areia, cortes com disco de diamante, a lapidação ou o polimento.

Com uma crescente disciplina e dedicação à investigação plástica como base para as suas esculturas, aproximou-se cada vez mais de um trabalho de criação artística emocional em detrimento da intelectual.

Com um percurso artístico de cerca de 30 anos, mais de 200 exposições realizadas e obras presentes em alguns dos melhores museus de vidro do mundo, Javier Gómez é o mais conhecido e reconhecido artista espanhol, a nível internacional, a utilizar o vidro como material plástico e artístico.